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Resumo:O ouro iniciou esta terça-feira, 28 de outubro de 2025, em queda acentuada após o anúncio de um acordo comercial preliminar entre Estados Unidos e China durante a conferência da ASEAN na Malásia. O movimento derrubou o preço do metal precioso abaixo do patamar psicológico de US$ 4.000 por onça, marcando o maior recuo diário desde 2020.

Publicado em 28/10/2025
O ouro iniciou esta terça-feira, 28 de outubro de 2025, em queda acentuada após o anúncio de um acordo comercial preliminar entre Estados Unidos e China durante a conferência da ASEAN na Malásia. O movimento derrubou o preço do metal precioso abaixo do patamar psicológico de US$ 4.000 por onça, marcando o maior recuo diário desde 2020.
Na sessão asiática, o ouro à vista (XAU/USD) era negociado a US$ 3.963,53 por onça, com retração de 1% no dia e acumulando queda de 9,5% desde o pico histórico de US$ 4.381,58, registrado em 19 de outubro. Em reais, o preço do metal recuava para R$ 689,21 o grama, segundo cotação média do mercado brasileiro.
O movimento de correção é atribuído ao forte recuo da demanda por ativos de refúgio após os EUA e a China anunciarem a suspensão de tarifas de 100% sobre importações chinesas e o adiamento por um ano das restrições de exportação de terras raras. Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, as tarifas estão “fora de questão”, o que reduziu drasticamente o prêmio de risco geopolítico que vinha sustentando o ouro em recordes.
Além da melhora no clima político, a queda foi amplificada por movimentos técnicos e institucionais. Dados de mercado mostram que, na sexta-feira anterior, ocorreu a maior venda de ouro por fundos de ETF desde maio, encerrando uma sequência de dez semanas de ganhos consecutivos.
Segundo Michał Stajniak, analista-chefe da XTB, “a redução dos riscos geopolíticos coincidiu com uma onda de realização de lucros por fundos institucionais”, o que intensificou a pressão vendedora sobre o mercado de metais preciosos.
Mesmo com o ajuste recente, o ouro ainda acumula alta de 42,8% em 2025, o que mantém o ativo em um forte ciclo de valorização de longo prazo. Analistas interpretam o movimento como uma correção saudável, e não como uma reversão de tendência.
A análise técnica indica que o ouro atingiu níveis críticos de suporte. O primeiro deles está na média móvel exponencial de 50 dias (50 EMA), em torno de US$ 3.830, representando uma possível área de estabilização. Caso o preço perca essa faixa, o próximo suporte importante está entre US$ 3.270 e US$ 3.440, zona correspondente às máximas históricas de abril a agosto, que coincide com a média móvel de 200 dias (200 EMA).
Esses níveis representam uma correção potencial de até 17% em relação ao valor atual, mas muitos analistas destacam que esse movimento não configuraria uma reversão de tendência, e sim um reposicionamento natural após meses de sobrecompra. O indicador RSI, que vinha operando acima da zona de 70 pontos, sugere que o mercado está aliviando a pressão compradora, abrindo espaço para nova acumulação em preços mais atrativos.
De acordo com Marek Rogalski, estrategista-chefe da BossaFX, “os contratos futuros de ouro ainda não voltaram a testar as mínimas de outubro em US$ 4.021, e permanecem acima da barreira dos US$ 4.000, o que indica que o dano técnico é limitado até o momento”.
Enquanto a melhora nas relações EUA-China reduz o apelo do ouro como refúgio, o mercado volta as atenções para a decisão do Federal Reserve, marcada para quarta-feira (29).
De acordo com projeções da CME FedWatch, há uma probabilidade de 98,3% de que o Fed corte a taxa básica em 25 pontos-base, iniciando oficialmente um novo ciclo de afrouxamento monetário.
Tradicionalmente, taxas de juros mais baixas fortalecem o ouro, já que reduzem o custo de oportunidade de manter ativos sem rendimento. Assim, mesmo com a queda recente, a expectativa é de que o metal volte a ganhar força após a decisão do Fed.
Como observou Marek Rogalski, “a mensagem do Fed será fundamental para definir o próximo movimento. Um discurso dovish pode impulsionar o ouro de volta à zona dos US$ 4.100 ainda esta semana”.
Apesar do recuo atual, as principais instituições financeiras globais mantêm projeções otimistas para o ouro em 2026. Uma pesquisa da Reuters com 39 analistas e traders publicada na segunda-feira revelou uma média de previsão anual de US$ 4.275 por onça, a primeira vez na história em que as projeções anuais ultrapassam a marca de US$ 4.000.
O consenso é que o ouro continua em tendência de alta estrutural, sustentado por compras recordes de bancos centrais, pressões inflacionárias globais e incertezas fiscais nos EUA e na Europa.
Veja as estimativas atualizadas das principais instituições:
| Instituição | Meta Q4 2025 | Média 2026 | Alvo de Longo Prazo |
| JP Morgan | US$ 3.675 | US$ 5.055 (Q4 2026) | US$ 6.000 até 2028 |
| Goldman Sachs | — | — | US$ 4.900 (dez/2026) |
| Morgan Stanley | — | US$ 4.400 | — |
| Bank of America | — | US$ 4.400 | US$ 5.000 (final de 2026) |
| Standard Chartered | — | US$ 4.488 | — |
| Metals Focus | — | US$ 5.000 | — |
De acordo com Natasha Kaneva, chefe de estratégia de commodities do JP Morgan, “o ouro permanece como nossa aposta de maior convicção para o ano. O ciclo de corte de juros do Fed e a preocupação com a desvalorização cambial global sustentam nossa meta de US$ 6.000 até 2028”.
Essa visão de longo prazo também é respaldada pela LBMA (London Bullion Market Association), que projeta o ouro atingindo US$ 4.980 por onça nos próximos 12 meses, representando um avanço de 27% sobre os níveis atuais.
Os fundamentos continuam sólidos para o ouro, mesmo após a correção recente. O metal segue beneficiado por incertezas fiscais nos EUA, compras robustas de bancos centrais e expansão monetária global.
Em 2025, o ouro já acumula alta de 52%, o que representa o maior avanço anual desde 1979. Analistas da LBMA destacam que o movimento não se deve apenas à inflação, mas também a uma mudança estrutural na forma como investidores e governos tratam o ouro como reserva de valor.
Com a instabilidade política e a perda de confiança em moedas fiduciárias, o ouro se consolidou como o ativo preferido para proteção patrimonial de longo prazo, especialmente em economias emergentes.
No Brasil, a valorização acumulada do ouro em 2025 trouxe forte retorno aos investidores locais. Mesmo com a recente queda global, o metal ainda registra alta superior a 35% em reais no ano.
O preço médio de R$ 689,21 por grama reflete tanto o movimento do ouro internacional quanto a variação cambial do dólar frente ao real, que se mantém próximo de R$ 5,38.
Essa combinação tem mantido o ouro como alternativa de hedge contra a volatilidade política e inflacionária doméstica, além de se consolidar como opção segura em carteiras de longo prazo.
Especialistas lembram, porém, que a volatilidade de curto prazo é natural, e que o momento atual pode representar oportunidade de compra antes de um novo ciclo de valorização.
A queda do ouro abaixo dos US$ 4.000 representa uma correção técnica esperada, e não o fim do ciclo de alta. O movimento foi deflagrado por fatores momentâneos, como o acordo comercial EUA-China e a realização de lucros de fundos institucionais, mas os fundamentos de longo prazo continuam fortemente positivos.
Com o Federal Reserve se aproximando de um ciclo de cortes de juros, e bancos centrais mantendo compras robustas, o ouro tende a retomar a trajetória de valorização nas próximas semanas.
Em resumo, o metal precioso continua sendo um ativo essencial em tempos de incerteza global — seja como proteção contra inflação, escudo cambial ou instrumento de diversificação.
Mesmo após a queda, o ouro permanece acima de sua zona estrutural de suporte e deve encerrar 2025 com ganhos expressivos, consolidando-se como um dos melhores investimentos da década.
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